Um bizarro oceano de cobras no canadar

Toda primavera do hemisfério norte, as florestas canadenses de Manitoba tornam-se um mar de cobras se contorcendo – um verdadeiro pesadelo.

Esse emaranhado de milhares de cobras (T. s. parietalis) é considerado o maior do mundo. O evento fascinante ocorre no Narcisse Serpente Dens, a poucos quilômetros ao norte de Narcisse, na província de Manitoba.

O que torna Narcisse o local favorito dessa reunião? A resposta a essa questão remonta à era Paleozoica, quando a área de Manitoba era coberta por um antigo oceano. A água já não existe mais, mas o leito do oceano ainda está lá – camada sobre camada de rocha calcária cobre a região com milhares de fendas naturais, túneis e cavernas. A água da chuva se infiltra através dessas fendas e forma sumidouros.

As cobras, que possuem sangue frio, amam estes buracos, que são perfeitos para a hibernação durante o inverno canadense, com temperaturas que chegam a menos 40 graus Celsius. Então, elas migram a esses buracos, se escondendo do frio.



Como existem poucos buracos e muitas cobras, dezenas de milhares delas se enrolam em apenas um sumidouro do tamanho de uma sala de estar comum – cada poço tem cerca de 35 mil cobras e a área geral é um “oceano” de mais de 250 mil cobras.

Os animais ficam lá durante todo o inverno, só saindo de suas “tocas” no final de abril ou início de maio, quando a neve derrete.

No passado, a população de cobras em Narcisse era quase o dobro do que é hoje. Foram as condições climáticas terríveis de 1999 que mataram milhares delas antes que pudessem chegar a seus locais de hibernação.

Uma das razões pelas quais as cobras não chegam aos buracos é que elas têm que atravessar uma estrada movimentada para alcançá-los. Muitas cobras são esmagadas por veículos em alta velocidade ou atrasadas no seu objetivo de chegar os sumidouros. No passado, a grande população de cobras compensava essas perdas, mas o inverno de 1999 causou uma diminuição significativa da população.

Para combater o problema, as autoridades canadenses construíram túneis sob a rodovia para que as cobras não tenham que atravessá-la, bem como colocaram sinais para alertar os motoristas a desacelerar para evitar o esmagamento de cobras.
 
Fonte: revoada.net

Nenhum comentário: